
Imagina Javon Walton (Ashtray) Capítulo 4
Capítulo.4.
Publicado em 23/10/2022𝕁𝕒𝕧𝕠𝕟 𝕎𝕒𝕝𝕥𝕠𝕟
Cena 1

Acordei com os olhos inchados, de choro.
Eu mal conseguia abri-los direito.
Me levantei, as pernas ainda fracas. Eu conseguia sentir a enorme dor de cabeça causada pela ressaca. E para completar, as marcas das varadas em meu braço ardiam.
Sim, eu levei uma surra.
Apanhei com uma vara de graveto, que para a minha infelicidade tinha alguns espinhos. A pele do meu braço estava cortada, como pequenos rasgos, apenas algumas linhas de sangue eram aparentes e era necessário cuidar delas pra não ficar com cicatrizes.
Apenhei por chegar tarde em casa, mais eu sei que esse não é o real motivo.
Não existe um motivo. Ele faz isso comigo porque quer, porque ele gosta.
Apenas usa o primeiro motivo que aparecer como desculpa, na esperança de contornar a minha mente ou a situação.
E é claro que, depois da surra, recebi um falso carinho na cabeça. Ele passou a mão pela minha cabeça enquanto repitia que eu não poderia dizer isso a ninguém, que ele é o meu pai e isso era para o meu bem. Que isso era só a forma dele me educar e que isso foi tudo culpa minha.
É lógico que eu sei que isso não é para o meu bem, eu sei que suas falas é apenas uma manipulação pra eu não denunciar ele, mesmo assim eu não consigo denunciar ele.
Não depois da primeira tentativa, que foi um erro.
Estávamos passeando de carro e eu estava com uma camiseta de mangas curtas. Um policial parou o carro dele para poder checar o carro.
Como qualquer outro policial estaria fazendo com outro carro.
Apenas o seu trabalho.
Apenas isso.
Chamei o policial em voz alto pedindo socorro e que ele me tirasse do carro. Falei que o meu pai me odiava, que ele me batia, que eu tenho cicatrizes nas costas, pernas, machucados... Mas o policial não parecia muito interessado.
De qualquer forma pediu reforços. Mas o meu pai conseguiu escapar das grades com dinheiro. Suborno, é claro e eu apanhei o dobro depois de tudo isso.
Sinto um nojo, uma repulsa maior ainda apenas por lembrar que, antes do acidente do meu irmão, ele havia apanhado. Seu rosto estava cheio de hematomas.
Então, no funeral, na despedida, eu vi machucados e marcas além dos do acidente.
Isso me enoja. Ao extremo.
Até mesmo vomitei antes de dormir. Apenas não sei se foi por beber demais. Mais isso não aconteceu. Bebi muito e acá estou, parecendo um zombi.
Coloquei um casaco por cima da camiseta para cubrir meus antebraços e coloquei os meus tênis.
Comi um pão antes de sair de casa é claro. Nem sequer olhei para o rosto daquele ser ao qual o chamo de pai. Não consigo. Ao menos, não ainda. Os cortes ainda estão ardendo demais para eu fingir que não fui agredida pela noite.
( . . . )
- Como assim e por quê a Jules iria ajudar o Nate? -Perguntei com uma careta
-Eu não sei. -Rue disse. Percebi que ela estavaencarando o Nate Jacobs e ele dovelvia o olhar. Cruzei os braços em cima da mesa do refeitório, com dor de cabeça.
- A coisa mais lógica a se fazer não seria falar com ela? Perguntei.
Rue me olhou como se eu tivesse dito uma coisa completamente maluca e eu encolhi os hombros.
- Sinceramente Liz. Essa "parada" está além da lógica.
(...)
Estávamos no benheiro da escola. Eu com as mãos apoiadas na pia, jogando água gelada no rosto e Rue fumando.
-Só se ela estiver apaixonada pelo Nate -Rue disse. Me engasguei com a mnha própria saliva e ergui o tronco, encarando o meu próprio rosto no espelho.
-Porra você não me falou absolutamente NADA agradável sobre ele. Então, pelo o que eu entendi, esse cara é um verdadeiro babaca e um filho de uma puta. Então... Por quê ela estaria apaixonada por ele? Tipo... Isso tem sentido? Se ela realmente gosta dele, acho que precisa se dar valor, ela merece coisa MUITO melhor.
-Não, escuta...
-Não. Não! Rue ! Isso não entre na minha cabeça. Por quê ela gostaria dele? -Perguntei.
-Me escuta ! -Rue pediu -Olha só, Liz. Ela iria se encontrar com um cara que ela conheceu pela internet. Ele era todo simpático, atleta e coisas assim. Eles estavam se falando, trocaram mensagens por semanas. E QUANDO ESTOU FALANDO DE MENSAGENS, Ñ ESTOU FALANDO DE MENSAGENS COMUNS. Eram sexuais.
-Puta que pariu. -Murchei os ombros -Que pésimo gosto o dela. Mas espera...Tipo, nudes?
-Isso mesmo.
-Porra.
-Inclusive, cá entre nós, um quarto bem legal e limpo. E um pau gigante. -Rue comentou.
-Olha, eu não precisava saber desses detalhes. -Falei -Mas então, ele fez uma conta fake pra falar com ela?
-Olha só, na noite em que fomos ao parque, ela combinou de encontrar esse cara no lago, sacou? Eu fui pra casa e o que aconteceu depois? -Ela deu batidinhas na parede, representando que a Jules havia batido na porta dela. -Ela bateu na minha janela. Com os olhos cheios de água. Eu perguntei "JUles o que aconteceu ?" ; ela me olhou e disse "Ele não era nada do que parecia".
-É... essa é uma boa definição de um fake.
-Mas sabe qual era o nome dele?
-Nate Jacobs? -Sugeri -Ou só "Jacob" ?
-Tyler -Respondeu.
-O Tyler Clarkson? -Perguntei -Aquele cara que você disse que transou com a Maddy na piscina em uma festa?
-Exatamente. Maddy tem dezessete, o Tyler tem vinte e dois e eles transaram.
-E isso é crime. -Falei.
-É, eu vi, todos viram, inclusive o Nate. E o que é mais grave do que sexo comum?
-Agressão?
-Bingo
( . . . )
Depois da aula, no dia seguinte, Rue me arrastou até a casa que ela disse ser do Fez e do Ashtray.
-Nossa que bacana. Eu visiteu a casa de um traficante porque você quis contar o seu plano magnífico. -Zombei, me escorando na parede do quarto em que o Fez estava cuidando de sua vó.
-Mas o plano é maneiro. -Rue disse e eu e Fez concordamos, mesmo achando isso uma loucura. -Ela não pode me ouvir não né? -Apontando para a idosa deitada na cama, e Fez negou com a cabeça.
-Não, relaxa.
-Que bom, porque esse bagulho é segredo de estado.
-Fica tranquila Rue. Ela não vai falar nada.
-Ta bom... Olha só... Você ainda tem aquela arma?
-Que arma?
-Aquela do sofá.
𝐴𝑟𝑚𝑎?
-Rue! Arma? Meu deus. -Deixei escapar
-Eu tenho algumas armaz -Fez deu de ombros.
-Pra que você tem tantas armas? -Pergunto
-Pra minha vó -Eu e Rue fizemos caretas mas na real eu estava apavorada.
𝐸𝑢 𝑟𝑒𝑎𝑙𝑚𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑛𝑎̃𝑜 𝑔𝑜𝑠𝑡𝑜 𝑑𝑒 𝑎𝑟𝑚𝑎𝑠.
-Mas pra que você quer as armas Rue?
-Então... Eu estava pensando... Que talvez, você poderia dar um susto no Nate.
-Hein? -Perguntei, indignada -GENTE!
-Está falando sério? -Fez perguntou
-Sim ?
-Essa é a coisa mais idiota que você disse hoje -Digo.
-Nossa que bem que você sabe disso -Sorri -Ela não bate bem da cabeça.
-É... Eu sei perfeitamente.
-Gente, qual é! Não precisa apontar a arma pra ele. Você pode só... Sabe...Mostrar...
-Aí, Rue, vou te falar uma coisa... você está completamente louca.
-Tá eu sei! Foi uma merda de idéia . Eu só estava sugerindo porra !, é que o cara mexeu comigo e com a Jules. Eu só quería me vingar.
( . . . )
Continua no próximo capítulo
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